Onda de violações em grupo em Lisboa

29 Julho, 2015

As violações ocorrem em casas de bairros problemáticos. Vítimas e violadores são jovens
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PJ apanhou quatro que há uma semana violaram duas turistas que conheceram na noite.

Os crimes de violação têm aumentado em Portugal, todos os anos, desde 2007. No ano passado, registaram-se 424, o valor mais elevado de sempre. Associados às violações estão, muitas vezes, os crimes de rapto, sequestro e tomada de reféns. Nos dois últimos anos, estes ilícitos ultrapassaram as cinco centenas anuais, acentuando-se assim um crescimento que se tem verificado na última década.

Os números relativos às violações, inscritos nas estatísticas do Ministério da Justiça, não contemplam os crimes sexuais de que são alvo os menores, mas, de acordo com fontes policiais contactadas, reflectem uma realidade criminal que começa a deixar de ser tabu. “Acreditamos que ainda há muita gente que, depois de violada, não apresenta queixa por vergonha. Há alguns anos, estimava-se que apenas uma em cada quatro vítimas se queixasse. Mas é um facto que nos últimos anos as participações têm aumentado, tal como aumentam os conhecimentos das vítimas, cada vez mais informadas acerca dos comportamentos a seguir após os crimes”, disse um investigador policial que solicitou o anonimato.

O mais recente caso de violação antes desta onde de crime teve lugar na passada semana, em Lisboa. Uma turista italiana, que havia sido sequestrada na sexta-feira e que fora deixada em liberdade no final da tarde de domingo, conseguiu denunciar o caso à PSP. Os exames médicos a que foi submetida no Instituto Medicina Legal de Lisboa provaram a existência da violação e de agressões, mas, por circunstâncias ainda desconhecidas, o juiz de instrução criminal ao qual foi presente o suspeito, já na segunda-feira, não determinou a prisão preventiva. Esta medida de coacção, a mais grave do conjunto das cinco que podem ser aplicadas, não terá sido escolhida pelo facto de não ter sido considerada a existência de continuação da prática dos crimes, o perigo de fuga e a destruição de provas (interferência na investigação).