Desde o final de Setembro que o braço-de-ferro entre a comunidade estudantil e a polícia se mantém em Hong Kong. A província autónoma que mudou de mãos entre ingleses e chineses em 1997 tem um estatuto especial e regalias que outras províncias do mais populoso país do mundo não possuem, no entanto as autoridades de Pequim têm, com o passar dos anos, imposto crescentes limitações à liberdade, situação que chegou ao limite.
Apesar de ter saído da agenda mediática global devido às tensões entre Rússia e Ucrânia e aos surtos epidémicos, particularmente do ébola, os estudantes não têm arredado pé do distrito financeiro da província e nesta última semana de Novembro, dois meses depois do início dos protestos, manifestações e colisões com a polícia, a luta está mais escaldante do que nunca.
Os repórteres internacionais que têm acompanhado ininterruptamente a situação dizem que a última noite de Novembro foi a mais intensa e os confrontos atingiram níveis ainda não alcançados antes, com dezenas de feridos dos dois lados da barricada.
Os estudantes continuam a afirmar que não vão desistir e exigem maior liberdade e democracia, recordando-se que a gota de água que fez transbordar tudo isto foi a imposição do regime chinês de uma eleição apenas com nomes pré-escolhidos, seleccionados por Pequim.